sexta-feira, 22 de abril de 2011

Casarão centenário desaba no Comércio

Na madrugada de ontem, alguns vendedores ambulantes que se revezam para vigiar suas respectivas barracas que ficam nas imediações da avenida João Alfredo com a travessa Campo Sales, no bairro do Comércio, em Belém, viveram instantes de tensão ao presenciarem o desabamento de parte de um centenário casarão localizado na esquina do referido perímetro.
O fato ocorreu por volta de 2h30. Primeiramente, os ambulantes ouviram alguns estalos e se afastaram do casarão. “A gente estava ali na barraca, eu o Jonathan. Quando começaram os estalos, a gente passou a olhar pra lá (casarão)”, relembrou o ambulante José Maria Barroso, de 33 anos. “Aí, uma das vigas entornou e gente gritou: vai cair!”, concluiu.
Nesse momento, todos os ambulantes correram pela avenida João Alfredo em direção à travessa Frutuoso Guimarães. De acordo com eles, um lado da fachada desabou inicialmente.
Em seguida, o restante de boa parte da estrutura cedeu rapidamente. Enquanto isso, outros ambulantes comunicaram o desabamento a policiais militares da viatura 9212, da 6ª Zpol, que transitavam pela rua Manoel Barata com a travessa Campo Sales.
Logo depois, o sargento Gouveia, comandante da referida guarnição, acionou o Ciop (Centro Integrado de Operações), que, por sua vez, mobilizou o Corpo de Bombeiros. Uma unidade do 1º Grupamento de Busca e Salvamento compareceu imediatamente ao local e isolou a área. “Os próprios ambulantes garantem que não havia vítimas”, informou o sargento.
Os destroços do casarão, que funciona como depósito de uma loja localizada na esquina à frente (Riachuelo), atingiram a fiação elétrica instalada no trecho. Com isso, a concessionária de energia também foi acionada. O fornecimento de energia elétrica foi rapidamente interrompido no quarteirão. Mais tarde, outros quarteirões tiveram o fornecimento comprometido.
No final da madrugada, o tenente Leonardo Sarges, do Corpo de Bombeiros, esclareceu que peritos do Centro de Atividades Técnicas (CAT) da corporação realizariam uma perícia no local. Após o procedimento, seria elaborado um laudo técnico, previsto para ser concluído num período entre 15 e 30 dias. A princípio, ele não soube informar se o casarão seria um patrimônio tombado e pertenceria à Prefeitura Municipal de Belém.
A autoridade comentou que vários fatores podem ter colaborado para o desabamento.
“As intempéries do tempo, como chuva e sol, podem ter contribuído para isso. O fato de ser uma estrutura centenária também, assim como o intenso fluxo de veículos com cargas pesadas pelas proximidades, o que pode ter comprometido a estrutura.”

SEM ENERGIA
Os destroços atingiram a fiação elétrica instalado no trecho e a concessionária de energia também foi acionada. O fornecimento de energia elétrica foi rapidamente interrompido.

Parte que sobrou de casarão no comércio pode cair

Ontem (21) pela manhã, uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve no local para oferecer suporte aos técnicos da Rede Celpa que trabalhavam no reparo da parte elétrica que foi danificada por conta da queda do casarão e deixou um quarteirão sem o fornecimento de energia elétrica.
No momento do acidente, os escombros carregaram os cabos de distribuição de energia e um poste de iluminação ficou inclinado por cerca de 45 graus, de acordo com o técnico de manutenção da Rede Celpa, Orlando Feitosa. “Inicialmente, vamos trabalhar para deixar o poste em seu ângulo original, somente após a liberação da Defesa Civil poderemos começar o reparo na área de risco, pois uma parte do prédio ainda há risco de tombar”, afirmou. Ainda segundo ele, a estimativa é que a rede fique normalizada por volta das 17h.
No local, vários comerciantes proprietários de lojas do entorno do casarão foram verificar a dimensão do acidente. “Trabalho aqui há 40 anos, nunca esse casarão apresentou estalos ou qualquer tipo de sinal que poderia cair. Por sorte, a estrutura comprometida não abalou o imóvel que funciona minha loja”, comentou o comerciante Marlindo Costa, proprietário de uma loja localizada ao lado do prédio que caiu.
A arquiteta da Defesa Civil, Rosário Sá Ribeiro, esteve no local para tentar levantar as circunstâncias da queda do prédio, com base em analises dos escombros.
“Em um ponto de apoio do telhado, chamado de ‘tesoura’, apresentou maior concentração de umidade. Isso pode ter fragilizado a estrutura do imóvel e leva-lo a cair, no entanto, somente com a perícia técnica poderá informar as causas reais do acidente”, informou.

Fonte: www.diarioonline.com.br 22/04/2011

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