sexta-feira, 24 de junho de 2011

Museus à espera do primeiro visitante

No livro de registro de visitas do Museu de Arte de Belém (Mabe), as assinaturas de pessoas de diversas partes do mundo estão em maioria. As de Belém ou outros municípios muitas vezes ainda estão em tom de brincadeira, fazendo alusão a personagens ou pessoas famosas. Apesar de possuir diversos museus na capital, muitos belenenses nunca sequer entraram em um deles.
No Mabe, nem sempre as exposições atraem a atenção do público. A arquiteta Tatiana Lima afirma que o museu possui um grande acervo de móveis e imagens, peças importantes da história da cidade. Ela confirma que a maioria dos visitantes vem de outras localidades. “Quem visita mais são os turistas, mas também temos muitos estudantes que vêm em caravanas de colégios”, afirma.
No Museu de Arte Sacra, na Igreja de Santo Alexandre, o movimento é maior, mas não é difícil perceber que muitos são oriundos de outras cidades. O professor Cláudio Cavalcante veio de Porto Alegre. “É um museu muito bonito e deve servir de orgulho para o povo daqui”, elogia. A estudante Camila Silva confessa não conhecer muito os espaços dedicados à arte na capital. “A gente nem se liga muito que existem esses museus, não conheço muitos, não”, diz. “Às vezes, as pessoas acham que só vão encontrar coisas antigas, não tão interessantes”, completa a jovem Márcia Moraes.
Bem próximo dali está o Museu do Encontro, abrigado no Forte do Presépio. A maioria dos visitantes presentes é composta por crianças, vindas em excursões promovidas por colégios. Saint-Clair Dias, técnico em gestão cultural e educador do espaço, é o responsável em apresentar a exposição aos visitantes. “Quando tem divulgação, percebemos um aumento maior de visitas. Muita gente não sabe que o museu existe, que existem pessoas capazes de facilitar a leitura do espaço”, conta.
DATAS ESPECIAIS
Segundo Dias, a presença de turistas é melhor percebida em épocas festivas na cidade. “Na época do Círio, Ano Novo e de grandes congressos, muitos visitantes são turistas”. A arquiteta e geóloga Rosângela Britto, professora do curso de Museologia da Universidade Federal do Pará (UFPa), afirma que muitas pessoas têm até receio de entrar nesses espaços. “Este panorama é um problema nacional. Muitas pessoas têm a ideia de que museu é só relíquia, lugar de coisas velhas”.
De acordo com Rosângela, alguns incentivos já são disponibilizados na tentativa de atrair mais visitantes para os espaços, como entradas gratuitas às terças-feiras e para grupos agendados de estudantes. Os museus mais visitados de Belém são o Corveta Museu Solimões, o Museu do Encontro e o Museu de Arte Sacra.

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