sexta-feira, 5 de junho de 2015

CUIEIRAS DO BAIXO AMAZONAS: Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reúne para discutir o registro de mais um bem cultural paraense.

Novos bens no Pará, Pernambuco e Rio de Janeiro podem passar a integrar
o rol do Patrimônio Cultural Brasileiro.

A prática artesanal de fazer cuias, realizada por mulheres de comunidades ribeirinhas do Baixo Amazonas, no Pará; a maestria do paisagismo de seis Jardins de Burle Marx, no Recife (PE); e a história, arte e beleza do parque Campo de Santana, no Rio de Janeiro (RJ), poderão integrar a lista de bens protegidos pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). As propostas para registro e tombamento serão avalias no próximo dia 11 de junho pelo Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que estará reunido na sede do Iphan, em Brasília. 

O OFÍCIO DAS CUIAS
O pedido de Registro, apresentado pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular (CNFCP/Iphan) em novembro de 2010, ressalta as técnicas e o conhecimento utilizados na região para confeccionar este objeto que agregou novos elementos e significados ao longo do tempo. Os saberes relacionados à produção e utilização de cuias fazem parte das complexas dinâmicas de colonização e ocupação do espaço amazônico, e estão diretamente relacionados ao aproveitamento de recursos naturais disponíveis no Baixo Amazonas. Para a população local, as cuias fazem parte do universo cotidiano da comunidade e são produzidas em sua maioria por mulheres ribeirinhas do Baixo Amazonas. 

Processo artesanal de produção das cuias
no Baixo Amazonas
O ARTESANATO E A TÉCNICA
Tradicionalmente, a comunidade utiliza a cuia para tomar tacacá, que é uma espécie de caldo típico do estado do Pará, preparado com goma, camarão e jambu. É tomado muito quente, temperado com sal e pimenta. A origem deste caldo vem dos índios paraenses.
O artesanato de Santarém é expressado na decoração de cuias. A cuia, que é a principal matéria-prima utilizada, é um fruto da árvore chamada cuieira, que pode apresentar formatos diversos (arredondados, ovalados). A cor natural da cuia é marrom clara, mas para incrementá-la as artesãs usam corantes naturais vindos das folhas da embaubeira, escamas de pirarucu e penas de galinha (usadas como pincel). Não é difícil de consegui-los, pois tudo é encontrado nos quintais das casas das artesãs; as próprias artesãs retiram as cuias das árvores. A produção das cuias é feita conforme as encomendas, o grupo não costuma estocar produtos. Cada artesã tem seu papel no processo produtivo, determinado pela habilidade: cortar, tingir, desenhar, polir. As cuias podem ser transformadas em copos, petisqueiras, tigelas, travessas, maracas, colheres, dentre outros.

O CONSELHO CONSULTIVO DO PATRIMÔNIO CULTURAL
O Conselho que avalia os processos de tombamento e Registro é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 23 conselheiros, que representam o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios - Icomos, a Sociedade de Arqueologia Brasileira – SAB, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – Ibama, o Ministério da Educação, o Ministério das Cidades, o Ministério do Turismo, o Instituto Brasileiro dos Museus – Ibram, a Associação Brasileira de Antropologia – ABA, e mais 13 representantes da sociedade civil, com especial conhecimento nos campos de atuação do Iphan.

SERVIÇO
79ª Reunião do Conselho Consultivo
Data: 11 de junho de 2015
Horário: das 10h às 19h
Local: Sede do Iphan - SEPS Quadra 713/913 – Bloco D – Asa Sul - Brasília – DF.

INFORMAÇÕES
Assessoria de Comunicação Iphan 
comunicacao@iphan.gov.br
Adélia Soares – adelia.soares@iphan.gov.br
Mécia Menescal – mecia.menescal@iphan.gov.br
Isadora Fonseca – isadora.fonseca@iphan.gov.br  
(61) 2024-5461 / 2024-5479/ 2024-5459 / 9381-7543
www.iphan.gov.br 
www.facebook.com/IphanGovBr | www.twitter.com/IphanGovBr
www.youtube.com/IphanGovBr

Nenhum comentário:

Postar um comentário